quinta-feira, 31 de julho de 2008

A Chegada: 1ªas impressões da cidade de Luanda


Faz hoje 2 dias que cheguei a Luanda.
Foi uma partida atribulada entre a imprevisibilidade da chegada do visto e a ansiedade que a própria viagem me causava.
Nas semanas anteriores à partida houve tempo para me sobre-documentar sobre o país e as expectativas não podiam estar mais baixas. Estava preparado para o trânsito, a sujidade, o assédio dos miúdos, a insegurança, o caos generalizado da cidade.
Quando aterramos em Luanda, no aeroporto 4 de Fervereiro, a visão não podia ser mais 3º mundista.
Uma pista de aterragem empoeirada por terra vermelha “african style” completamente sitiada por musseques (vulgo bairros de lata) e um terminal de aeroporto em formato barracão.
À nossa espera estava o Sr. Januário, de acordo com o que nos tinha sido transmitido sobre o protocolo da chegada, encarregue de receber todos os colaboradores da Deloitte para nos poupar às burocracias da alfândega.
Do aeroporto seguimos para o nosso apartamento.
Saímos numa van de 8 lugares e fomos andando a passo, ora lento, ora muito lento, em direcção ao nosso apartamento, numa viagem de hora e meia para fazer cerca de 5 quilómetros.
Pelo caminho fomo-nos deparando com os bairros da lata que estão por todo o lado confundindo-se com a própria cidade, as vendas de comida à beira da estrada ou o batalhão de senhores de macacão amarelo que estão por toda a cidade a varrer continuamente o pó da estrada numa tarefa que parece infindável e sem sentido.
Finalmente chegamos ao bairro azul a uma moradia amarela com um segurança à porta que nos disseram que era a nossa.
O “staff” da casa (segurança e 2 empregadas) recebeu-nos com um sorriso e cheio de simpatias, algo que já percebi que é uma característica deste povo angolano.
São genuinamente simpáticos e humildes, a fazer lembrar o povo brasileiro, no entanto, ao contrário destes não tenho a sensação que nos estão sempre a tentar “enganar”.
Depois de correr a casa toda para conhecer as várias divisões chegámos à conclusão que tínhamos um problema: Nós éramos 3 mas aquela casa tinha apenas 1 quarto disponível…
Lá desfizemos o problema depois de uns quantos telefonemas com a pessoal do escritório de Luanda. O Ricardo ficou no quarto vago e eu e o Alex fomos para um apartamento mais abaixo nessa rua onde já estava o Pedro Baptista e o Nuno Carvalho.
Chegados a casa, nova ronda de sorrisos e gentilezas com a respectiva apresentação da casa à qual dedicarei um post mais tarde.
Nesse dia, após a instalação nos quartos e algum descanso ainda fomos para o escritório da ENSA conhecer o resto da equipa mas esses assuntos ficam para outro dia porque o objectivo de hoje era mesmo a primeira impressão.

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